15.5.08

O atrasado

Este é mais um daqueles posts que eu escrevo num dia e ante-dato, talvez porque o tenha pensado ontem, enquanto dormia o pouco que consigo dormir, ou talvez por ficar assim com a tranquilidade de ter a escrita em dia, um texto diário, como os que rezam antes de dormir.
Não sei qual a razão, mas quando assim sucede ponho sempre as 23 horas e 50 e tal minutos, a rondar a meia-noite. Deve ser a minha moralidade a ditar-me que, já que minto no dia, que não me afaste muito da verdade, ao menos nas horas.
Pois hoje de tarde, por ter da andar em mudanças de livros, em trabalho braçal, dei de caras com um Almanaque Bretrand, do ano de 1949, aquele em que nasci.
E - digam-me que eu não tenho de ser mesmo supersticioso ! - eis na página 170 um daqueles provérbios inocentes, pois na altura o «Almanaque», que comemorava aliás 50 anos de vida, era um repositório de inocências virtuosas e de panegíricos moderados: «o homem trabalhador atrasa o relógio para alongar o tempo; o ocioso aborrecido, por sua vez, adianta-o, para o encurtar».
Verdade como punhos! São neste momento 15:49 do dia 16. Boa tarde, minha gente. Vou-me alongar um pouco, que isto de dormir pouco dá sono.