A blogo-esfera é um espaço aberto de diálogo e de exposição, variado como a vida. Por vezes jornal íntimo, outras vezes frio discurso analítico, quantas vezes panfleto, confissão, carta aberta, bilhete críptico com destinatário certo.
Ao longo do tempo fui-me desdobrando em vários blogs, cada um adaptado a uma faceta das preocupações, tudo confluindo aqui numa frase, escolhida por ser chamariz de leitura, com base na ideia de que há leitores para o que vem a seguir.
Tive quem me aconselhasse a reduzir tudo a um blog único e escrever apenas nele. Fazendo-o, liquidaria os espaços que dedico a alguns temas a algumas escritoras. Não o fiz.
Depois é a questão do que se diz. Se não me escondo atrás de um pseudónimo, como tantos, fico exposto a que tudo o que escrevo possa ser tomado com real, tudo o que pretendo seja a expressão da verdade passe por exagero ou ficção.
Finalmente, restam as pessoas que se conhecem, que gostam de nós, que se zangam, que se vão, que nós deixamos.
Neste labirinto de sentimentos e de instantes, algo prossegue, como a serpente rastejante que se enrosca, assassina, no nosso corpo, imperceptível o sibilante e imperceptível surgir: é o escrever, a escrita imparável, obsessiva, automática já.
De súbito damos conta e ela substituiu a própria vida.
Ao longo do tempo fui-me desdobrando em vários blogs, cada um adaptado a uma faceta das preocupações, tudo confluindo aqui numa frase, escolhida por ser chamariz de leitura, com base na ideia de que há leitores para o que vem a seguir.
Tive quem me aconselhasse a reduzir tudo a um blog único e escrever apenas nele. Fazendo-o, liquidaria os espaços que dedico a alguns temas a algumas escritoras. Não o fiz.
Depois é a questão do que se diz. Se não me escondo atrás de um pseudónimo, como tantos, fico exposto a que tudo o que escrevo possa ser tomado com real, tudo o que pretendo seja a expressão da verdade passe por exagero ou ficção.
Finalmente, restam as pessoas que se conhecem, que gostam de nós, que se zangam, que se vão, que nós deixamos.
Neste labirinto de sentimentos e de instantes, algo prossegue, como a serpente rastejante que se enrosca, assassina, no nosso corpo, imperceptível o sibilante e imperceptível surgir: é o escrever, a escrita imparável, obsessiva, automática já.
De súbito damos conta e ela substituiu a própria vida.