27.4.08

Avançando o momento

Hoje disseram-me que eu não parecia ter cinquenta e nove anos, mas sim bastantes mais. Tenho vindo a pensar nisso esta noite quente, talvez porque escrevi um livro sobre o Maquiavel, que morreu aos cinquenta e oito e estou a escrever outro sobre o Ian Fleming, que morreu aos cinquenta e seis.
Talvez, por isso, uma vez mais, vou atrasar a hora deste post: estou a escrevê-lo aos onze minutos do dia 28 de Abril, vou afixá-lo como tendo sido escrito às 23:59 do dia 27.
Ganho doze minutos de avanço sobre a indignidade que é uma pessoa humilhar-se com isto. E iludo-me sobretudo, que é uma forma de se ganhar tempo até encontrar coragem para perguntar no espelho, olhos nos olhos, como foi possível isto ter acontecido.