Há no evoluir dos seres a fase do recolhimento, em que as almas lentamente se concentram no âmago de cada ser, tal como os corpos mirram, secando com o envelhecer. Tudo nasce pequeno e se vai reduzindo à sua insignificância de semente primordial.
A vida como se soubesse isso, assim age.
Os outros começam por estranhar-nos os silêncios, quando se apercebem que não falamos, as ausências quando lhes ocorre olharem para o lado. Um dia calha perguntarem porquê, sem darem conta que não se lhes respondeu. Continuam tagarelando com a vida, renovando esse debicar em superficialidades aparentes, o mordiscar em aparências fugazes.
Nota-se isso nas esplanadas familiares, os olhos dos velhos perdidos na imensidão do outro lado do mar.