17.9.06

O perpetrador de imagens

Leio em Borges e é como se não suportasse continuar a ler que «por detrás da despedida trivial estava a infinita separação». Já soube, eu também, o que é uma «vida de ressentimento e a insipdez da decência pobre», já senti «aquele instante de vertigem em que o passado e o presente se confundem». Hoje, amarrado à imagem de mim, resta-me sofrer a danação iconoclasta de não conseguir animá-la. Está morta e «o morrer-se tem de ser o facto mais nulo que pode suceder ao homem».