Quem quiser visitar em Vila do Conde a casa vazia onde viveu José Régio, passe por lá nos dias 2, 23 e 24 deste mês. José Régio, que se conhece pelo esterótipo ridículo dos seus Cristos e pelas antiguidades, como se fosse a naflatalina da sua própria traça, e de quem há quem se lembre do «Cântico Negro», por causa do modo como o disse o João Vilarett, é um ser complexo e dúbio, sobretudo dilacerado. Li-lhe, surpreso, os erráticos Diários, naquela edição que Eugénio Lisboa preparou para a Imprensa Nacional. «Eu sou a meus próprios olhos, um doido que por acaso nasceu com juízo», escreveu ele, precisamente em Vila do Conde, no dia 22 de Agosto de 1923.