Eu deverei ter escrito algures que há livros que começo a ler do fim para o princípio. E talvez o tenha dito com tal veemência que, com um bonito sorriso de amabilidade, me lembraram que o fazia. É claro que eu, por ser muito trapalhão a escrever e os meus textos estarem sempre infestados de gralhas, já comecei a seguir o conselho de lê-los, em revisão, da direita para a esquerda, de modo a não me deixar enfeitiçar pelo sentido do escrito e ter diante dos olhos apenas palavras.
Ora como no Japão tradicional os livros se liam de trás para a frente, da direita para a esquerda e de baixo para cima, um dia destes e verei uns olhos doces de amêndoa, o livro tombado e dos mais esquecido, a meio de terminar o princípio do livro e a meio de começar a primeira linha da página.