25.1.08

A ilusão nocturna

Liga-se o Google, escolhe-se uma cãmara da Brisa e fica-se, em tempo real, no lugar onde não estamos. A esta hora de insónia estou a subir a recta para Monsanto, Montes Claros à minha direita, quase ao alto onde se inicia a descida rumo ao rio, mais abaixo corta-se para Sintra, via Queluz.
Há pouco ia um táxi a subir, sabe-se lá com quem, com que destino, a que propósito.
Em Vila Real-Sul, entretanto, está tudo às escuras, o mesmo, compreensivelmente em Sarilhos Grandes. A imagem, na sua negritude, com umas luzes em fundo, lembra Bagdad, na hora dos bombardeamentos, vistos pela CNN.
Antes de desligar, ainda fui à Segunda Circular, ali pelo radar do aeroporto. Duas luzes lúgubres de automóveis nocturnos, eis o que há para ver. Na faixa oposta, uma carrinha de caixa fechada rumo ao norte, transporta no seu bojo a ilusão nocturna de viajar.