19.8.07

Bons propósitos

Entrei em obras e saí delas. Caliça, cheiro a tintas, promessas de prazos, móveis fora do lugar, livros carregados daqui para ali.
Finalmente acabaram, e com o fim das obras veio agora o reconstruir do meu mundo em gavetas, a tentativa de ordenar o caos, de dar sentido à desarrumação em que se tornou a vida.
Por causa da racionalidade do gesto, esfalfo-me na irracionalidade do esforço, arcando com sacos de livros, do escritório para casa, desta para aquele, como se o uno pudesse ser dual, o divisor de dois pudesse ser tantos quantos os que há.
Animal de carga, eis-me hoje, cheio de bons propósitos e melhores intenções, ao serviço do meu ser leitor.