6.3.14

A existência impensada

Este blog nasceu porque ao ser aparente subjaz o outro e o evidente não é o real. 
Pode ver-se nisso a máscara, como no teatro a "persona", ou a pluralidade do ente consigo mesmo, que é uma forma de se terminar esgotado no intervalo da própria incompreensão, como se, olhado ao espelho, alguém se sentisse irreconhecível.
Há, evidentemente, neste navegar incerto entre baixios e escarpados, a eventualidade de na irrequietude se encontrar forma de renascimento e reencontro, sobretudo de ilusão de vitalidade. O fazer confunde-se com o existir.
Voltei aqui. Este mês chego aos sessenta e cinco anos de existência. Penso nisso sem melancolia. É essa a verdadeira essência de tudo quanto há: existir sem que nisso pense. Se assim não fosse seríamos diversos da Natureza, à mercê da nossa ideia e daquela que os outros formam, amável que seja.