Trouxe-o de Lisboa, porque tinha começado a lê-lo e ando a ver se consigo continuar a leitura. É daqueles livros que se pode ir seguindo, como num passeio, sentando-nos de quando em vez, a descansar. São memórias, do José Gomes Ferreira a que ele chamou «A Memória da Palavra, ou o gosto de falar de mim». O livro, publicado em 1965, atrai pelo inesperado de alguns dos seus recantos. Na página oitenta e cinco, por exemplo, e falo da segunda edição, tirada pela defunta Portugália, vejo a expressão «Cavaleiro do Remorso Perseguidor» e sinto-a, como se olhando para trás, me visse projectado na minha sombra, figuradamente.